Indignados com a situação do Rio Capivari, colhemos 1.200 assinaturas da população dos Ingleses e turistas, e ingressamos no Ministério Público Estadual com uma representação. Após um ano de muito trabalho, com inúmeras reuniões, diversos pronunciamentos em audiências públicas e seminários, ações junto à Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores, Prefeitura de Florianópolis, uma dezena de artigos e notas divulgados pelo DC, conseguimos, ainda, a adesão e o apoio das 38 entidades organizadas dos Ingleses. Com o movimento integrado pelas lideranças locais, desenvolvemos várias ações. Entre elas, a largada para a limpeza dos rios Capivari, Ingleses e Feiticeira, que formam a Bacia do Capivari. Trabalhamos para que fossem tomadas providências para a despoluição, instalação e funcionamento do sistema de esgoto, este com um contrato assinado pela Casan e não cumprido desde fevereiro de 1997. A Casan está inadimplente com o povo dos Ingleses há mais de 12 anos.
Como resposta a tudo isso, a Fatma convocou a população dos Ingleses para, no dia 2 de fevereiro próximo, às 19h, no Clube Albino, examinar e decidir, já dentro do processo legal e obrigatório de licitação, se aceita ou rejeita o projeto do emissário submarino (3.300 metros no mar), com o estudo de impacto ambiental elaborado pela Univali e contratado pela Casan. É uma decisão difícil, mas poucas alternativas nos restam, já que a Praia dos Ingleses está situada exatamente sobre o um aquífero, que ocupa uma área de 30km², onde residem, no inverno, 45 mil pessoas e, no verão, 110 mil. Sem esgoto tratado, o aquífero corre o risco de ter a sua água, já escassa, contaminada com a infiltração dos dejetos. Estes riscos serão eliminados se construirmos um emissário submarino tecnicamente defensável, ou seja, com o compromisso de só liberar os dejetos após o tratamento secundário e com desinfecção, o que significa dizer, com 97% de pureza. Se assim for, somos a favor de sua implantação.
