Trecho do Rio Capivari que desagua no mar.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Seção ARTIGOS - DC 11 de maio de 2009

Audiência do Capivari, por Alfredo Koerich *


Quinta-feira 7 de maio foi uma noite memorável para os Ingleses (norte da Ilha), quando a população e as entidades organizadas, unidas e determinadas, procuraram demonstrar às autoridades suas aflições em torno da poluição que infesta o Rio Capivari e seus afluentes.
O Disco Clube Albino estava cheio, cerca de 300 pessoas da comunidade se fizeram presentes e o comparecimento da quase totalidade dos vereadores de Florianópolis (14) é o indicativo de que a classe política entendeu o requerimento do vereador João Amin, segundo o qual “o Rio Capivari hoje é uma cloaca a céu aberto, exalando odores insuportáveis e servindo para o desenvolvimento de organismos patogênicos que ocasionam infecções intestinais, epidérmicas e endêmicas, além dos riscos de inúmeras outras doenças causadas pela falta de saneamento básico”.
A audiência, presidida pelo vereador João Aurélio Valente Júnior, teve como desdobramento o chamamento das lideranças dos Ingleses pelo presidente da Câmara de Vereadores para uma reunião de trabalho nesta terça.
A Fatma se fez representar por técnicos da melhor qualidade, dando-nos a impressão de que está realizando um trabalho cuidadoso e não permitirá que a Praia dos Ingleses receba o retorno dos dejetos oriundos do proposto emissário submarino.
A nota destoante foi da Casan. O diretor técnico César Paulo de Lucca insultou a comunidade e suas lideranças, dizendo que “algumas cabeças daqui são pequenas” e aproximou o dedo polegar do indicador, no gesto típico, ao apresentar o projeto de tratamento de esgoto. Surpreendendo todos com a informação de que os dejetos sairão da ETE dos Ingleses para o emissário submarino com tratamento apenas primário, alegando que é feito assim em todo o Brasil, e mais, culpou os órgãos ambientais pela demora da implantação.

Da Casan, prestadora de serviços para a Prefeitura, a população dos Ingleses deseja, quer e exige só uma coisa: o cumprimento do contrato de financiamento assinado com a CEF em 18 de fevereiro de 1997, portanto há mais de 12 anos, para execução de implantação do sistema de esgoto sanitário e que, até hoje, não teve a capacidade técnica e administrativa para colocar em funcionamento. Não compareceram à audiência pública o prefeito, os secretários responsáveis pela área sanitária e o diretor superintendente da Floram, demonstrando a habitual falta de interesse, o desleixo e a inoperância administrativa para com as necessidades dos Ingleses.

* Advogado

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